Voo Rasante

sábado, março 04, 2006

O RASTREADOR DOS SETE MARES

Decolangem de um S2 Tracker Argentino do porta aviões Brasileiro São Paulo

P16 do 1º GAE (Grupo de avião embarcada) Força Aéra Brasileira


Durante muitos anos, acho 37 anos o mar territorial Brasileiro foi patrulhado por um avião muito especial. O S2 Tracker, denominado para Força aérea Brasileira de P16.

Originalmente projetado para a Marinha Americana, a US NAVY para trabalhar embarcado nos porta aviões, que são bases aéreas navegantes, o Tracker entrou em serviço no final da década de 50 na versão S2F-1.

Cena de um porta aviões Americano na década de 60.


O texto que vem abaixo, não é de minha autoria, e pode ser encontrado no site http://www.abrapat.org.br/P-16.html

A função principal deste avião é caçar submarinos, e é por isto que eles tem uma suíte eletrônica, os S2F-1 dispunham do radar de busca AN/APS-38, instalado em um radome retrátil no ventre, da antena retrátil MAD na cauda e de uma antena localizadora de emissões eletrônicas AN/APA-69, montada em um radome sobre a cabine de pilotagem (os primeiros exemplares tinham uma antena dipolo APA-69). Quando não em uso, o radome do AN/APS-38 ficava aproximadamente 15cm abaixo da fuselagem; para a sua operação, ele era estendido completamente, aproximadamente 62cm. Já a antena MAD estendia-se a aproximadamente 23cm pra trás; com ela, os operadores de sistema do Tracker eram capazes de observar a mudança no campo magnético da Terra, causado pela presença do casco metálico do submarino sob a água.
Os Tracker também dispunham de sonobóias e dispositivos SUS ("signal-underwater-sound"), os quais eram instalados na porção traseira das nacelas dos motores. Oito sonobóias SSQ-2 e duas SSQ-1 eram transportadas em cada nacela e, uma vez lançadas em determinados padrões de busca, eram capazes de detectar ruídos emitidos pelo submarino; essas informações eram retransmitidas ao Tracker, permitindo a determinação da posição do submarino. Já os SUS eram pequenas cargas explosivas submarinas - suas detonações produziam ondas sonoras que, refletidas pelo casco do submarino, eram captadas pelas sonobóias. Os primeiros exemplares dos S2F-1 tinham nacelas traseiras retas; posteriormente, uma carenagem foi adicionada à parte superior das mesmas, para melhorar o fluxo aerodinâmico, dando às nacelas um perfil de gavião (daí o seu apelido, "hawkbill").
Alguns poucos S2F-1 tiveram sua designação alterada para S2F-1S (ou S-2B a partir de 1962) ao receberem o sistema JULIE/JEZEBEL de detecção eletrônica. JULIE era um sistema de determinação de distância por eco acústico, e JEZEBEL era um sistema de busca de eco. Mantendo os mesmos motores do S-2A, os S-2B foram pouco utilizados e substituídos por versões mais modernas do Tracker.Já a versão S2F-1S1 ou S-2F foi largamente utilizada pela U.S. Navy; caracterizava-se por transportar equipamentos ASW mais modernos, bem como uma versão atualizada do sistema JULIE.Apesar do Tracker representar uma grande evolução, ao combinar as funções caçador-matador em uma única aeronave, as primeiras versões de uso operacional - S2F-1, S2F-1S e S2F-1S1 - sofriam de uma deficiência: a baia de armamentos era insuficiente para acomodar as cargas de profundidade nucleares disponíveis na década de 50. A fim de eliminar este problema, a Grumman projetou o S2F-2 (ou S-2C), o qual tinha uma baia alargada, à esquerda da fuselagem. Outras modificações incluíam o reforço dos cabides subalares e o aumento da envergadura dos estabilizadores, de 6,81m para 8,28m.Com a entrada em serviço de outras versões, mais avançadas, do Tracker, 48 S-2C foram convertidos em US-2C, com a remoção de seu equipamento ASW e utilizados principalmente como rebocadores de alvos e como alvo para radares. Essa variante utilitária diferia das outras - US-2A e US-2B - por incluir um equipamento de reboque de alvo instalado no lugar do radome retrátil, bem como por não ter coberturas para os lançadores das sonobóias nas nacelas.

A CHEGADA AO BRASIL

Em 1974, foi adquirido um lote de oito aeronaves S-2E, a partir de estoques da U.S. Navy, a um custo de US$93.000,00 cada. A compra dessas aeronaves, designadas como P-16E, trouxeram duas modificações à frota de P-16 já existente: os Tracker do primeiro lote foram

Foto tirada no porta aviões Minas Gerais na década de 60.

re-designados P-16A, e oito deles foram, ao longo dos anos, sendo convertidos para o padrão UP-16, semelhante aos US-2B, com todo o equipamento ASW removido e capacidade de transporte de até cinco passageiros. A chegada dos P-16E levou à reativação do 2º Esquadrão do 1º GAE, o qual passou a operar os P-16A e UP-16, em missões de treinamento e transporte, enquanto os P-16E foram utilizados pelo 1º Esquadrão.

Em 1988, a FAB deu início ao processo de conversão dos P-16E para o padrão S-2T. A empresa canadense IMP foi a vencedora da licitação para o trabalho de conversão e, em 6 de fevereiro de 1989, o P-16E 7036 levantou vôo da BASC, com destino a Halifax, Canadá, para tornar-se o primeiro P-16H da FAB. A conversão previa a substituição dos veteranos motores a pistão Wright R-1820-82C, de 1525HP, pelos turbo-hélices Pratt&Whitney PT6A-67CF de 1650SHP, girando hélices pentapás. Em 14 de julho de 1990 o 7036 realizou seu primeiro vôo de teste. Foi transladado para o Brasil ao final do ano, ainda ostentando a designação P-16E na cauda, chegando à BASC em 24 de dezembro de 1990, após 33h40min de vôo.

S2 Tracker na FAB, após a modernização, com motores novos. O projeto foi cancelado e o Brasil precisnado de um bom patrulhador, a esperança é de que a Marinha dê continuidade ao projeto.


Nos dias 21 e 22 de março de 1991, o 7036 fez seus primeiros testes a partir do "Minas Gerais", o que incluiu três arremetidas, três toques-e-arremetidas, seis pousos, duas catapultagens e três decolagens livres. Infelizmente, vários problemas - a nível técnico e de gerenciamento - assolaram o projeto P-16H, tanto pela inexperiência da IMP na conversão (ao contrário da Marsh Aviation e da IAI), como pela crônica falta de recursos destinados à FAB. Com isso, o projeto, que previa a conversão de doze exemplares do P-16E, a um custo total de CND$40 milhões, foi cancelado em 1996.Isso soou como o canto de morte dos P-16. Em 13 agosto de 1996, foi realizado o último vôo operacional a partir do "Minas Gerais", pela aeronave P-16E 7034, tendo pousado na BASC. No dia seguinte, o 7034 decolou da BASC para uma missão de esclarecimento marítimo e vetoramento de alvos para os helicópteros SH-3A da MB. Após três horas de duração, a missão terminou com o pouso no "Minas Gerais", e com ela encerrou-se a operação dos Tracker a partir do porta-aviões.Ao pousar, o 7034 teve uma pane de motor, e só voltou a voar em 9 de outubro de 1996, quando foi catapultado pela última vez do "Minas Gerais". As operações do P-16 na FAB encerraram-se no dia 30 de dezembro de 1996, quando a tripulação composta pelo Ten.-Av. Phelipe, Maj.-Av. Adonil, Sgt. Thiesen e Sgt. Gelson transladou o P-16E 7037 da BASC até o Museu Aeroespacial - MUSAL, no Campo dos Afonsos.Além do 7037, o MUSAL abriga o P-16A 7016, o qual foi transladado em vôo no dia 23 de agosto de 1995, quando cessaram as operações dos P-16A na FAB. Outro Tracker conservado para exposição é o P-16E 7032, o qual encontra-se na BASC. Outros dois (um deles sendo o 7034) foram adquiridos pela empresa de transporte aéreo TAM para exposição em seu museu em Americana/SP.Excetuando-se os dez Tracker perdidos em acidentes durante os 37 anos de operação do tipo pela FAB, e os cinco preservados, 12 encontram-se estocados no Parque de Material Aeronáutico de São Paulo - PAMA/SP.

Fonte: http://www.abrapat.org.br/P-16.htmlorg.br/P-16.html


Hoje quem opera com muito sucesso este avião já modernizado é a Marinha Argentina, e que anualmente faz exercícios com a Marinha do Brasil a bordo do porta aviões São Paulo, e isso já vem acontecendo desde o início da década de 90 quando era usado o porta aviões Minas gerais.

S2 da Marinha Argentina, fazendo exercícios em conjunto com a Marinha do Brasil a bordo do porta aviões São paulo.

O Tracker, não é apenas um avião de patrulha marítima e ataque a submarinos, é um dos 3 únicos aviões com esta função, que foram projetados para pousar e decolar de porta aviões, e isso dá a ele a maior flexibilidade de alcance pelos mares.

Existem estudos para que a Marinha do Brasil compre alguns S2 para modernizar assim como os Argentinos, para poder complementar o atual porta aviões com a função de patrulha marítima, que é de vital importância para a proteção do mar territorial do Brasil.

Acima, fotos de uma base aéra da Korea e um S2 decolando do porta aviões Koreano.


Dentre os Países que usaram este avião de forma mais intensiva, se destacam, o Brasil, Coréia, Canadá, Austrália e Argentina, que realmente usaram a bordo de porta aviões.

Hoje muitos destes aviões descansam no deserto do Arizona, ou a espera de uma “Nação amiga" para compra-los ou os recicladores de alumínio.


Aviões estocados no deserto do Arizona


Esdras Franco