Voo Rasante

quarta-feira, março 15, 2006

O DELTA QUE PROTEGIA A AMÉRICA



Fim da 2ª guerra mundial, e outra guerra silênciosa inicia-se: a guerra fria. No final da década de 40, Rússia (União Soviética) e Estados Unidos, tinham apenas um objetivo: Desenvolver armas o suficiente para se proteger e se possível vencer a guerra fria.

Foi assim, que muitos projetos nasceram no mundo bélico, e em especial estes dois países excederam à média mundial em projetos de aviões militares para ataque e defesa. E também foi assim, que nasceu no início da década de 50, um período fervilhante dos grandes projetos aeronáuticos militares, que um avião em especial dentre muitos projetados e construídos na época, teve uma função bastante específica e mesmo assim ficou meio esquecido na história. Um projeto inovador, que fugia bastante dos moldes utilizados por outros aviões de ataque e caça da época, foi assim que surgiu o F102 Delta Dagger, e posterior mente o seu irmão o F106 Delta Dart, uma dupla de caças de interceptação poderoso e mas somente foi utilizado para interceptação do espaço aéreo Americano, e essa era sua função.
Cena mais temida da época e que chegou a acontecer várias veses. Um F106 interceptando em espaço aéreo dos EUA, um bombardeiro Russo de logo alcance, Tupolev. ( Auge da guerra fria)
Com características tipicas da neorose criada pelos Americanos e Russos daquela época, onde só se falava em ataque nuclear, este era um tipíco filho desta demanda: Grande, veloz e com capacidade de carregar e lançar, mísseis nucleares.
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Descrição: a missão preliminar do F-102 era interceptar e destruir o avião inimigo. Era interceptador para qualquer tempo supersonico a jato e o primeiro avião operacional com asas em delta da USAF. O F-102 fêz seu vôo inicial outubro em 1953 e tornou-se operacional no comando da defesa aéra em 1956. No pico da distribuição nos 1950's atrasados,os F-102 equiparam mais de 25 esquadrões do CAD. A Convair construiu 1.101 F-102s, 975 de que eram F-102As. O USAF comprou também 111 TF-102s como instrutores do combate com acentos lado a lado.
A velocidade supersônica, aproximadamente 2.400 KMh, era uma necessidade de um grande interceptador, que teria que chegar rápido ao acontecimento.

F102 Delta Dagger


TF102, uma versão para treinamento e muito rara.
Ainda na década de 50, uma versão do F102 foi desenvolvida para se chamar F102B, porém acabou se chamando F106 Delta Dagger, este incorporando muitas melhorias no projeto, que foram maiores na parte aerodinâmica, adotando a fuselagem com o clássico desenho de "garrafa de Coca Cola" que acabou sendo mais utilizado por toda a USAF (Força Aérea Americana).
F102 Delta Dagger, com uma pintura nada comum para ele, a camuflagem.


F106 Delta Dart, bem conservado no museu. Uma versão mais aperfeiçoada do F102


Este pequeno texto, não tem a intenção em entrar nos detalhes de tudo que envolveu estes dois aviões, que não foram aviões de ataque e sim caças de superioridade aérea, e para isso foi usado o que tinha de mais moderno na tecnologia Americana da época para os mesmos.

Algumas coisas podem ter sido criticadas, no sentido da obsolescência, ou da mudança de cenário com o passar dos anos, e isto era muito comum neste período de guerra fria, mas que hoje o mais moderno caça dos EUA que começou a entrar em operação em 2005, o F22 Raptor simplismente usa as algumas idéias deste projeto da década de 50. Eles usavam suas armas embutidas em um compartimento do ventre dos mesmos, e que só se abria quando era necessário, fora isso, não se viam as armas.

F22 Raptor: O atual Interceptator oficial dos EUA.

O F102, foi o projeto inicial e o caça de que entrou em operação em 1956 com a responsabilidade de; defender os céus dos Estados Unidos. Com uma função tão importante assim, não era qualquer um que poderia ocupar este “cargo”.



Esquadrilha de F102


Esquadrilha de F106


Muitos anos se passaram, e estes aviões nunca foram a nenhuma guerra,e nunca entraram em combate, mas sempre foram o sentinela dos céus, baseados nos Estados Unidos para proteger os céus Americanos. Talvez isto tenha sido um dos motivos para que eles não ficassem tão conhecidos como seus irmãos F100, F101, F104, e outros mais, que foram às guerras além de terem sido amplamente vendidos aos países aliados, como foi ocaso do F104 que até hoje está em uso na Força Aérea Italiana.

Apesar de não ter sido muito conhecido, ele teve um logevidade muito grande em serviço nos Estados Unidos, e se aposentou em 1989, enquanto a maioria dos seus irmãos da Century Serie,(F100,101,104,105) já haviam se aposentado.

Como os Americanos tem uma boa fartura nas suas compras, o exedente também costuma ser grande no início da década de 80, estes aviões começaram a ser retirados de serviço, substituídos por F4 e F15. Assim, todos os F102 e F106 foram enviados para o Deserto do Arizona, como todos os aviões militares que se aposentam por lá. Muitos sobreviventes, estão lá até hoje, com exceção daqueles desafortunados que foram transformados em DRONE, (Avião operado por controle remoto, para ser usado como alvo aéreo em treinamentos militares e desenvolvimento de mísseis). Todo avião que entra neste programa passam a ter a denominação da letra Q em sua sigla, então eles se transformaram em QF102 e QF106, assim como também muitos outros aviões que tiveram e ainda tem este triste fim.

Estes 3 F106 Delta Dart, estão prontos já com as caudas pintadas de vermelho para serem usados como Drones.

Nesta foto, vemos que terminaram de preparar 3 F106 ainda no deserto do Arizona para serem usados como Drones. Ao fundo vemos os outros ainda intocados (reserva).

No deserto do Arizona, os Americanos conservam muitos aviões militares que foram aposentados e a maioria em condições de serem usados novamente, tanto para questões de emergência nacional, como para serem vendidos para nações amigas, assim como Brasil e Argentina, que já são clientes deste deserto. Esta quantidade enorme de aviões no deserto, é chamada de estoque e alguns, que são guardados com mais cuidado, são considerados aviões da reserva.

Uma clássica foto da fileira de F106 no deserto, devidamente guardados para um futuro incerto.


O pouso de um F102 Delta Dagger, já com a cauda vermelha, transformado em Drone: Um teste antes do seu fim. Mesmo nos estoques, o F102 já é raro de ser visto.

O inconfundível e clássico desenho dos dois aviões com asas em delta, e cokpit do piloto bem ao estilo de nave espacial, os diferenciam dos demais aviões de sua geração, tornando-os, verdadeiros clássicos da aviação militar que retratam todo um período de tensão com a guerra fria.

Visto de cima, o F106 pode nos mostrar o seu charmoso desenho com asas em Delta e fuselagem bem ao estilo "garrafa de Coca Cola".

Muitos F102 e principalmente F106, terminando seus dias de glória. Aqueles que foram os mais modernos protetores dos céus Americanos, repousam ao sol do Deserto do Arizona, a espera do que pode vir a ser a sorte de virar avião de colecionador, voando em shows aéreos, ou simplesmente decolando para o que pode vir a ser a decolagem para a morte como um avião fantasma fugindo de um míssil.

Nesta cena, temos um Delta Dart em sua fuga de um míssil.


Nesta foto, temos o Delta Dart sendo atingido por um míssil. Vida de Drone não é fácil

Nesta última foto, temos 3 F106 sendo resgatados no mar, após serem de alguma forma atingidos por armas.

Mais informações, o site mais indicado e que foi parte da pesquisa é:

http://www.f-106deltadart.com/

Esdras Siqueira Franco