Voo Rasante

domingo, março 12, 2006

O MIRAGE III DIZ ADEUS AO BRASIL

Após 33 anos cruzando os céus do país, os caças Mirage III se despedem em cerimônia na base aérea de Anápolis (GO).
Na década de 70, o Brasil vivia uma fase muito boa, em se tratando de investimentos nas estruturas do país. Naquela época, podia-se colocar seu filho em uma escola pública, e ter ensino de boa qualidade. Empresas de várias atividades produtivas se instalavam aqui para suprir o “fenômeno” de crescimento do Brasil.

Nesta época além de vários investimentos privados, o Governo investiu bastante em indústrias e desenvolvimento de tecnologia nacional. Mas um país grande desse e produtivo, precisa de uma defesa a sua altura, e foi assim que decidiram comprar novos!!!! Os caças Franceses Mirage III, que eram o que havia de mais moderno na época, que neste caso foi em 1972.



A chegada do Mirage, influenciou até na vinda de costumes Franceses para o Brasil, porque falar que os Mirages do Brasil estavam presentes em eventos militares era a sensação da época. Ele foi o primeiro avião supersônico da Força Aérea Brasileira, e em shows aéreos ele exibia toda sua classe e potência, ao cruzar a barreira do som para uma platéia de boca aberta com a visão e o barulho explosivo.Os primeiros pilotos que foram para a França para fazer os treinamentos de pilotagem do avião, ficaram conhecidos como Dijons Boys, e estes homens iniciaram toda uma nova cultura de caça no Brasil durante os anos subseqüentes, culminando agora com a aposentadoria deste mito da aviação que tanto marcou época com o ego do Brasil em poder dizer: “Nossos Mirage

Em 2002 foi comemorado os 30 a nos de atividade do Mirage no Brasil.

65.000 horas de vôo do Mirage no Brasil

Só que o tempo passou e estes aviões hoje, já não representam modernidade e real defesa aérea, e sim algo antigo como uma máquina de escrever e que na verdade a Força Aérea Brasileira já deveria ter ou aposentado estes aviões a 10 anos atrás, ou ter desenvolvido um programa de atualização pesado para eles, assim como estão fazendo com o F5.

Mirage usando o paraquedas para o pouso.

Mirage na cerimônia de sua despedida, ele foi pintado nas cores originais usadas na época da sua entrega.

Depois de anos com uma concorrência internacional, para substituir os Mirages por caças novos, o programa FX, por falta de seriedade do governo foi cancelado e decidiram comprar 12 caças Mirage 2000 usados da Força Aérea Francesa, que são bem mais modernos que os atuais, porém ainda defasados por serem da década de 80. O Mirage é produzido até hoje, mas em uma versão bastante moderna que é a versão 2000-9.
Hoje no meio de aviação de caça do Brasil, aguarda-se ansiosamente a chegada dos Mirage 2000, porque os outros já fora aposentados e sua função de defesa do espaço aéreo do Brasil, está sendo feita provisoriamente pelos caças F5.


Mirage 2000

Mirage 2000 que esteve presente no exercício de guerra no Brasil. O detalhe mais interessante, foi que os pilotos Brasileiros surpreenderam os Francêses com taticas de combate usando os velhos Mirage III que nos simulados ganhou dos modernos Mirage 2000. Isso até os Francêses descobrirem a tática.

A grande diferença da década de 70 para a atualidade no Brasil, é que naquela época comprávamos equipamentos e aparelhos novos e desde a década de 90, boa parte das novas aquisições, são aviões e outros equipamentos usados e aposentados por outros países principalmente dos EUA que ainda são um grande fornecedor de equipamentos militares usados para o Brasil.

O Mirage despede-se deixando para traz uma era de glamour da aviação Brasileira e se prepara para a chegada de um Mirage mais moderno e provavelmente se os boatos se confirmarem, a chegada do moderníssimo Ráfale que também é Francês.

Caça de 5ª geração Ráfale.

O Brasil cresceu por um lado, mas a diminuição dos investimentos vindos do governo é assustadoramente menor em todas as instancias.

Mais informações sobre o assunto: http://www.defesanet.com.br/fx/mirage2000_gda_2.htm

Destaque da imprensa sobre a despedida:

Depois de 33 anos, 67 mil horas de vôo e um número incontável de serviços prestados na defesa do espaço aéreo brasileiro, a Força Aérea Brasileira (FAB) despediu-se solenemente do caça F-103 Mirage III, o primeiro caça supersônico do País, numa cerimônia cercada de muita emoção na Base Aérea de Anápolis.
Isso porque, no evento, estiveram lado a lado diferentes gerações de militares que trabalharam com a aeronave, incluindo os primeiros pilotos brasileiros a voar o Mirage III. Na década de 70, esses aviadores do 1º Grupo de Defesa Aérea, o Esquadrão Jaguar, foram para a cidade francesa de Dijon aprender tudo sobre o avião. Ao retornarem, receberam o apelido de “Dijon Boys”.

“Essa despedida foi um momento de grande emoção na minha vida. Chorei várias vezes”, disse o líder dos Dijon Boys, Jaguar 01, o Coronel Antonio Henrique Alvez dos Santos, hoje com 82 anos. “Esse avião foi um grande amigo e essa solenidade é inesquecível para todos nós”, afirmou o Coronel Ivan Trompowski, que esteve em um dos quatro Mirage que realizaram seus vôos de despedida.

Após o pouso e a execução do Hino Nacional, aconteceu um dos momentos que mais provocou a emoção dos presentes: o Mirage 4910, o primeiro a ser desativado, foi solenemente rebocado para o hangar e coberto com uma capa que terminou de ser fechada pelo Coronel Antonio Henrique e pelo Comandante do Comando Geral de Operações Aéreas (COMGAR), Tenente-Brigadeiro-do-Ar William de Oliveira Barros, que presidiu a cerimônia.

Apesar da despedida oficial, os Mirage continuarão em alerta de defesa aérea do Planalto Central até o último dia do ano, quando essa missão passa a ser realizada pelos também supersônicos F-5.

Fonte: CECOMSAER

http://www.fab.mil.br/imprensa/Noticias/2005/dez/1512_baan.htm

http://www.forcaaerea.com.br/


Esdras Franco

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