O MIRAGE III DIZ ADEUS AO BRASIL

Na década de 70, o Brasil vivia uma fase muito boa, em se tratando de investimentos nas estruturas do país. Naquela época, podia-se colocar seu filho em uma escola pública, e ter ensino de boa qualidade. Empresas de várias atividades produtivas se instalavam aqui para suprir o “fenômeno” de crescimento do Brasil.


A chegada do Mirage, influenciou até na vinda de costumes Franceses para o Brasil, porque falar que os Mirages do Brasil estavam presentes em eventos militares era a sensação da época. Ele foi o primeiro avião supersônico da Força Aérea Brasileira, e em shows aéreos ele exibia toda sua classe e potência, ao cruzar a barreira do som para uma platéia de boca aberta com a visão e o barulho explosivo.Os primeiros pilotos que foram para a França para fazer os treinamentos de pilotagem do avião, ficaram conhecidos como Dijons Boys, e estes homens iniciaram toda uma nova cultura de caça no Brasil durante os anos subseqüentes, culminando agora com a aposentadoria deste mito da aviação que tanto marcou época com o ego do Brasil em poder dizer: “Nossos Mirage


Só que o tempo passou e estes aviões hoje, já não representam modernidade e real defesa aérea, e sim algo antigo como uma máquina de escrever e que na verdade a Força Aérea Brasileira já deveria ter ou aposentado estes aviões a 10 anos atrás, ou ter desenvolvido um programa de atualização pesado para eles, assim como estão fazendo com o F5.


Depois de anos com uma concorrência internacional, para substituir os Mirages por caças novos, o programa FX, por falta de seriedade do governo foi cancelado e decidiram comprar 12 caças Mirage 2000 usados da Força Aérea Francesa, que são bem mais modernos que os atuais, porém ainda defasados por serem da década de 80. O Mirage é produzido até hoje, mas em uma versão bastante moderna que é a versão 2000-9.
Hoje no meio de aviação de caça do Brasil, aguarda-se ansiosamente a chegada dos Mirage 2000, porque os outros já fora aposentados e sua função de defesa do espaço aéreo do Brasil, está sendo feita provisoriamente pelos caças F5.


A grande diferença da década de 70 para a atualidade no Brasil, é que naquela época comprávamos equipamentos e aparelhos novos e desde a década de 90, boa parte das novas aquisições, são aviões e outros equipamentos usados e aposentados por outros países principalmente dos EUA que ainda são um grande fornecedor de equipamentos militares usados para o Brasil.
O Mirage despede-se deixando para traz uma era de glamour da aviação Brasileira e se prepara para a chegada de um Mirage mais moderno e provavelmente se os boatos se confirmarem, a chegada do moderníssimo Ráfale que também é Francês.
Caça de 5ª geração Ráfale.
O Brasil cresceu por um lado, mas a diminuição dos investimentos vindos do governo é assustadoramente menor em todas as instancias.
Mais informações sobre o assunto: http://www.defesanet.com.br/fx/mirage2000_gda_2.htm
Destaque da imprensa sobre a despedida:
Depois de 33 anos, 67 mil horas de vôo e um número incontável de serviços prestados na defesa do espaço aéreo brasileiro, a Força Aérea Brasileira (FAB) despediu-se solenemente do caça F-103 Mirage III, o primeiro caça supersônico do País, numa cerimônia cercada de muita emoção na Base Aérea de Anápolis.
Isso porque, no evento, estiveram lado a lado diferentes gerações de militares que trabalharam com a aeronave, incluindo os primeiros pilotos brasileiros a voar o Mirage III. Na década de 70, esses aviadores do 1º Grupo de Defesa Aérea, o Esquadrão Jaguar, foram para a cidade francesa de Dijon aprender tudo sobre o avião. Ao retornarem, receberam o apelido de “Dijon Boys”.
“Essa despedida foi um momento de grande emoção na minha vida. Chorei várias vezes”, disse o líder dos Dijon Boys, Jaguar 01, o Coronel Antonio Henrique Alvez dos Santos, hoje com 82 anos. “Esse avião foi um grande amigo e essa solenidade é inesquecível para todos nós”, afirmou o Coronel Ivan Trompowski, que esteve em um dos quatro Mirage que realizaram seus vôos de despedida.
Após o pouso e a execução do Hino Nacional, aconteceu um dos momentos que mais provocou a emoção dos presentes: o Mirage 4910, o primeiro a ser desativado, foi solenemente rebocado para o hangar e coberto com uma capa que terminou de ser fechada pelo Coronel Antonio Henrique e pelo Comandante do Comando Geral de Operações Aéreas (COMGAR), Tenente-Brigadeiro-do-Ar William de Oliveira Barros, que presidiu a cerimônia.
Apesar da despedida oficial, os Mirage continuarão em alerta de defesa aérea do Planalto Central até o último dia do ano, quando essa missão passa a ser realizada pelos também supersônicos F-5.
Fonte: CECOMSAER
http://www.fab.mil.br/imprensa/Noticias/2005/dez/1512_baan.htm
Esdras Franco
1 Comments:
Muito bom, Esdras.
Gostei desta matéria.
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Anônimo, at qui. mar. 23, 11:24:00 PM
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