Esta é a foto da garagem ideal, que é o sonho de qualquer dono de carro antigo. Nela o carro tem grande espaço e facilidades para cuidados e manutenção.
Um carro antigo, em uma garagem de uma cidade grande, é sempre um estranho no ninho, e motivo de olhares com emoções das mais diversas. Primeiro, que em certos condomínios de prédios, a paisagem mais normal nas garagens é de carros mais novos da atualidade, e quando entre os carros modernos aparece um que fica acumulando décadas de idade, logo passa a ser um destaque.
Próximo de carros mais modernos, os antigos acabam sempre por chamar mais a atenção. Nesta foto acima, um Alfa2300 estacionado próximo a dois Alfa mais modernos.
Duas Damas da alta sociedade do passado, habitam um estacionamento do presente. A Alfa preto fosco é a famosa Elvira, uma Alfa heavy metal.
Como um habitante fora do seu tempo, este carro do passado seja ele qual for, é sempre um assunto de garagem entre moradores, mas o que quero abordar é: que tipo de reação estes moradores tem quando convivem com carros antigos nas garagens dos condomínios?
Nesta foto vemos duas joias companheiras de garagem.
Pela minha experiência no assunto, com o passar de alguns anos no meio antigomobilista e preservando carros, vejo que as reações são pra lá de variadas, mas que na maioria das vezes não são boas.
Na maioria das vezes, eu deixo meus carros com capa, já que ficam a maior parte do tempo parados. Esta foto é da Sofia Lorem, uma Alfa 2300 ano 1981.
Existem aqueles moradores, que já se incomodam de cara, porque você ocupa mais de uma vaga, e mesmo que isso não tenha nada haver com ele, mas alguns insistem com aquele olhar de incomodo como se aquele carro antigo fosse algo maléfico...sempre tem as pessoas mala sem alça mesmo.
Os contrastes na união do passado e o presente dos automóveis. Só pessoas sensíveis sabem apreciar.
Mas nem todos são essa chatice toda, e muitas pessoas, sempre puxam assunto, querem saber mais sobre o carro e além disso sempre gostam de contar um caso falando de algum carro do passado e sonha em um dia a ter o seu antigo para preservar, e poder ir aos encontros, mas no fundo tem é receio do que as pessoas vão pensar dele.

O dono do tal carro “velho” na garagem, é na maioria das vezes visto como o “doido do carro velho” do condomínio, e quando resolve sair com o carro no final de semana é alvo dos olhares e comentários. “ olha o museu ambulante saindo” , “você viu!!! Aquele carro velho saindo, ele anda mesmo!!” .. “Olha lá o doido tentando fazer o carro funcionar”.... “Por que não vende e compra um carro mais novo?” ...e muito mais.
Convívio as vezes meio conflitante. Tem morador que odeia carro antigo mas precisa que em certos momentos eu tenha que dar um exporro para as coisas normalizarem.
A verdade que muitos não falam e poucos percebem, mas que ao longo dos anos pude perceber em conversas com colegas e vizinhos, é que a maioria dos homens gostaria de possuir um hobby e muitos deles gostariam muito de poder ou ter a coragem aquele carro que tanto anseiam em poder restaurar que marcou o seu passado. Mas a preocupação com o que as pessoas vão pensar e falar, em muitos casos passa a ser um fator dominante e decisivo na cabeça de muitos.

Duas gerações de Alfas: passado e presente no mesmo prédio.

Dia de chupeta da mais nova para a mais "idosa": atração do condomínio. Estas fotos foram de hoje, dia 28/05/2006, e ainda tive que tirar uma da garagem empurrando sozinho.
Dentro da série amar é, uma coisa que desafia muito a paciência é quando tenho que sozinho tirar um carro porque a bateria arriou. Aí entra a clássica chupeta, onde a mais nova vai socorrer a Senhora do passado Alfa 2300, como mostra nas fotos acima.
No meu caso, eu já tive vizinhos muito agradáveis, que sempre gostavam de se aproximar e conversar, fazendo perguntas e contando casos, mas os de hoje............
E com você? Quais as reações dos seus vizinhos ao ver um carro do passado na garagem?
No condomínio que moro, minhas Alfas são as figuras estranhas. Mas para mim elas são as 3 damas do passado que preservo.
Esdras Siqueira Franco
CASOS CONTADOS POR COLEGAS
Sérgio Roberto da Silva Biazão
No Prédio onde moro possuo apenas 01 garagem. A Alfa usava a garagem do vizinho, que estava vaga, mas agora ela ocupa a vaga num estacionamento pertinho de casa. 01 vez por semana vou lá funcioná-la. O Legal das Alfas é que, quando a minha literalmente enfeitava a garagem do prédio, quase todos os moradores paravam para vê-la. Admiravam-se de ver “seu bonito motor.” NOSSA, QUE GRANDE É ELE HIEN", rsrsrs esta era a primeira impressão, depois perguntavam se bebia muito e por último se tinha peça. Um fato curioso ocorreu no dia em que um colecionador de carros antigos esteve no prédio visitando o apartamento de um amigo dele. ao descer na garagem e ver o carro coberto por uma capa, foi lá curiosíssimo ver. ao deparar-se com a Viacuore, ficou encantado com o carro e pediu para seu amigo me fazer uma oferta. Ele é dono de uma concessionária Citroen em Londrina, possui vários carros antigos, de diversas marcas. Acreditem, o valor ofertado foi até generoso, mas tive que dizer a ele que: Alfa Romeo é amor, e amor não se vende.
Um abraço,
Sérgio Viacuore

Sérgio, também conhecido como Sérgio Viacuore, além de profundo conhecedor de Alfa 2300, é uma espécie de Help Desk com suas dicas de manutenção para a comunidade Alfista do Brasil.
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Gustavo Carvalho de Barros
Morei em Bauru - SP de 1993 a 1996 quando cursava a Faculdade de Desenho Industrial. Morava numa república em um Prédio, para variar só com pessoas amigas daqui de Avaré. Nesta época, tínhamos direito a uma vaga na garagem e, como tenho minha 2300 desde o dia 17 de junho de 1994, o lugar era reservado a ela. No entanto, como meu curso era noturno, tinha o dia inteiro para ficar "fuçando" na macchina, ainda mais comprada recentemente. Lembro que os outros moradores olhavam o carro com um certo ar de surpresa, possivelmente por acharem feio, estranho, grande, ou o que é pior, um moleque (naquela época tinha apenas 19 anos) com um carro desses? Porque será que não compra um Uno ou um Gol? - Acho que pensavam assim.
Certa vez, o cabo do vidro elétrico dianteiro direito escapou de suas roldanas na porta e lá fui eu abrir o acabamento da porta para tentar consertar. Lembro que fiquei mexendo no maldito cabo quase o dia inteiro, pois o mesmo também tinha escapado do motor, onde vai enrolado. As pessoas que chegavam e saiam me olhavam com grande espanto. O que será que esse moleque tanto meche nesta lata velha? Viu só? Porque foi comprar um carro destes? Alguns chegavam a fazer questão de passar perto só para matarem a curiosidade.
Puxa, lá se vão mais de 10 anos que isso aconteceu!!!! A minha Alfa está mais nova hoje e eu estou mais velho.
Abraços,
Gustavo Carvalho
Gustavo é também o organizador o Alfa Day Brasil.